sexta-feira, 27 de setembro de 2013

18 a 20.09.2013 - Dias 155 a 157 - Paris - Épernay - Reims - Ay - Épernay

Quarta-feira, meio de semana, vamos dar uma folga de Paris ... semana que vem voltamos ...
Sair de Paris também é complicado, demora para pegar estrada de verdade, as cidades vão se emendando, trânsito local, movimento.
O destino é a região de Champanhe: nome que ecoa brindes e comemorações. Trocamos de aperitivo de novo. Seguiremos um trecho da Rota Turística da Champanhe serpenteando por estradinhas onde os vinhedos sobem as escarpas das montanhas







Cidades restauraram seus centros históricos, igrejas famosas pelos vitrais e as igrejas de madeira chamadas "champenois": com madeirame à vista, frontões fininhos e pequenos alpendres (varandas) à sua volta.










Encontramos em TODAS cidades francesas monumentos aos mortos das 2 Guerras Mundiais e nessa região memoriais e cemitérios referentes à primeira GM, já que essa região teve participação ativa.


Ficamos 2 dias em Épernay: Capital da Champanhe, vila com 25.000 habitantes com várias caves de renome. A Avenida da  Champanhe, com mansões do fim do século 19 "imitando" todos os estilos: renascentista, gótico, clássico. Abriga em seu sub-solo mais de 200 milhões de garrafas, a uma profundidade de 30 mts escavadas no calcário, que proporcionam a umidade necessária e o abrigo da luz. (Se a terra tremer os habitantes que cairem nos buracos terão champanhe à farta!!!)





Épernay é cortada pelo Rio Marne

A estrela da cidade é a Moet et Chandon, que data de 1743 e é também a mais importante do grupo Moet-Hennessy. Além dela as marcas: Ruinart, Dom Pérignon, Pommery, Mercier.
Por aqui só há um método de fabricar champanhe: o champenhoise; processo de fermentação dupla. Inicialmente fermentado em tanques de aço inoxidável. Depois é mantido em temperaturas frias para clarear, antes de ser levado e misturado a vinhos de outros anos e áreas. Dali é engarrafado e armazenado durante 1 ano ou mais nas frescas adegas de calcário.

Além das famosas a cidade tem muitos produtores independentes e cada um deles tem visitas, degustação e venda direta ao consumidor.


 Olhamos várias por fora e escolhemos a Maison de Castellane, de 1895,  para visitar, degustar e comprar. O tour mostra o processo, os toneis, armazenamento (são 6 km de caves) e onde faz os preparativos finais de etiquetagem e embalagem. Como a colheita inicia-se em outubro a destilaria está parcialmente parada. Fotos não são permitidas em quase nenhum local. 



Tem o Museu de Tradição Champenoise, mostrando as técnicas de produção, as máquinas de impressão das etiquetas, documentos, etc. 
Depois da degustação subimos a torre da Destilaria, construída em 1905, com 237 degraus, vista de 360°: ainda bem que em cada andar tem exposição de fotos e você vai se distraindo enquanto sobe


  Aqui o resultado: 1 garrafa e 4 pequenas para comemorar essa viagem!
A cidade tem várias outras atrações: igreja, sinagoga, praças, beira-rio mas o que parece é que o imã chamativo são as caves de champanhe.
O camping é municipal mas super tranquilo, boas instalações, barato, pessoal eficiente no atendimento.
Dia seguinte fizemos um tour de bicicleta até a cidade vizinha: Ay.
 Canais de ligação e eclusas, que cada um manobra quando chega
 Casario típico da região



 Esse carrinho é um charme: o 2CV (deux chevaux=dois cavalos) , da Citroen: produzido de 1948 a 1990, com mais de 5 milhões na versão sedã e caminhonete




 A cidade de Ay é a sede da Campanhe Bollinger: os fãs dos filmes do 007 talvez já tenham reparado na marca de champanhe que o acompanha em suas aventuras e desventuras. Pois é!  É daqui... e tudo começou quando a produção do filme solicitou algumas garrafas de Moet et Chandon sendo recusado. O pessoal da Bollinger prontamente enviou e ainda providenciou o champanhe para a avant-première. A partir daí nasceu um acordo de cavalheiros: me mostra e eu patrocino! Mas antes de 007 ser garoto-propaganda essa marca já era a escolhida da casa real londrina ... Tentamos visitar mas eles só aceitam especialistas no assunto!!!
Hora do lanchinho na beira-rio: tomate, pão, queijo, presunto serrano, vinho e água
Dia de passear de trem. Oba!!!!!!Oba!!!!!  Vamos para Reims ... as bicicletas ficaram na gare de Épernay e em 30' chegamos. Acho muito pouco, mas antes pouco do que nada!
Reims: é outro local conhecido pelas marcas de champanhe: Veuve Clicquot, Pommery, Mumm etc.
Mas antes das champanhes, Reims é conhecida como a "cidade da coroação": todos os reis da França vinham até aqui para receber a coroa na Catedral de Notre Dame, até o ano de 1825. Curiosidade; a coroação de Carlos VII, em 1429, foi assistida por Joana d'Arc (unanimidade nacional). Desde o ano 401 há registros de igreja no local, mas essa construção atual é de 1211 e demorou 3 séculos para ser terminada.
A Revolução Francesa e as guerras fizeram grandes estragos. Incendiada e bombardeada, assim como a cidade que foi destruída em 85% de sua área. Em 1996 coincidindo com os 1.500 anos de batizado de Clóvis os trabalhos de restauração terminaram.
Esses números são difíceis de acreditar, ano 401, 1.500 anos ... não temos idéia do que é o peso da história ... Silvano acredita piamente que quando o Brasil tiver essa idade ele (o Brasil) terá mudado o rumo de sua história. Eu, por meu lado sou mais descrente, mas quem estiver vivo verá!!!
 Não há fotos que consiga expressar a monumentalidade e a grandeza dessas fachadas. Essa é a fachada oeste, decorada com mais de 2.300 estátuas, só de reis franceses são 56.


 Reims é frequentemente chamada de "catedral dos anjos", são muitos enfeitando o edifício

 Essa Rosácea é do século 13



A nave e suas colunas finas: pura expressão gótica: o desejo de chegar ao céu

Foi aqui em Reims que, em 1962, o Chanceler Adenauer e Charles de Gaulle selaram a conciliação entre Alemanha e França.



 Feira de produtores e agricultura orgânica no calçadão: comprei essas "linguiças" feitas com escargots, achei que tinham boa aparência e levamos ... quando fritei elas se abriram e mostraram o seu interior: cheia de pelotes pretos: os escargots ao vivo e a cores ... que nojo!
Só o Silvano comeu, eu não pude nem ver depois.
 A segunda compra foi mais gostosinha: os famosos macarons da Maison Fossier (nunca havia ouvido falar mas tudo bem...): são suspirinhos de amêndoa, uma delícia!
Os outros macarons que são 2 biscoitinhos com alguma coisa entre eles, esses não provamos ainda!





Apesar de ser um bate e volta rapidinho, Reims é uma cidade bem simpática, agradável, limpa. Tomamos café no calçadão, depois lanche na estação e voltamos para casa.
Nossas bicicletas estavam no lugar, sem problemas.
De noite teve o incidente com as "linguiças" de escargots que já mencionei.
Amanhã vamos embora de Épernay.

  




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